Claro que não dá para comemorar o fato de termos uma taxa básica de juros (Selic) de 13,75% ao ano, como no Brasil. Juro alto freia consumo, investimentos no país e a economia.
Mas taxa é usada justamente para tentar evitar graves descontroles da economia, como o que está ocorrendo na Argentina. Lá, a inflação acumulada de 12 meses bateu em 104% agora em março. Diante disso, o Banco Central argentino decidiu, na quinta-feira, elevar a taxa básica do país de 81% para 91%.
A independência do Banco Central pode ter efeitos negativos, porém um dos motivos é justamente tentar frear medidas populistas, que provoquem um grave desequilíbrio econômico. Pois se o governo atual resolvesse baixar por conta a Selic para 10% ou 5%, por exemplo, isso teria um efeito positivo a curto prazo, de reaquecimento da economia.
Porém, a longo prazo, seria muito pior, com risco de elevação fora de controle (o que prejudica a todos, mas especialmente aos mais pobres) e obrigaria, no futuro, a ter juros muito acima de 13,75% para tentar consertar o problema.